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sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

Cegos

Carregaram a fé para longe, derramando-a do alto de um desfiladeiro, sobre árvores mortas, derrubaram os ideais quase extintos de uma civilização descrente. Já não há mais em que acreditar. A noite toda mudou. A noite, ainda levou para longe o que foi encontrado no dia que se perdeu... Resta tão pouco tempo para descobrir que já não há mais tempo há se perder. Para aquele povoado tão distante de tudo, nada pode ir além de onde seus punhos alcançam. 

Onde foi? Onde foram? Onde estamos indo? Não vou seguir adiante, ainda que me perca em cruzadas, não vou procurar mais a estaca no cálice de carbono...

Não quero viver deste lado, leve minhas crenças para longe, guarde minhas desconfianças, deixe-me acreditar que ainda existo, ainda que apenas nas palavras que você lê... fique e guarde a lua dentro do guarda chuva, deixe para trás a vitória que nunca virá, conquiste uma nova derrota, torne-a seu troféu, esqueça o que ficou ali adiante, não vai alcançar, ainda que possa correr, já está cansado de estar a frente, agora vá...
A luz não vai apagar, sempre vai estar lá, esperando, é onde te verei de novo...